OS DESAFIOS DA JUVENTUDE HOJE




O grande desfio da juventude de hoje, prende-se com a influência.
A adolescência e juventude são caracterizadas por uma vulnerabilidade para a influência. Por outras palavras, os jovens são extremamente influenciáveis, pois ainda não definiram conclusivamente seus padrões de valor e conduta.

É desta forma que muitos jovens têm enveredado por caminhos, estilos de vida, que aparentam liberdade e prazer, mas levam à frustração e destruição. Consumo de drogas e álcool, promiscuidade sexual, pornografia, são alguns exemplos.

Verificamos, assim, lamentavelmente, uma juventude perdida, confusa, frustrada… porque as referências que a influenciam são inapropriadas.

Neste contexto, a juventude cristã tem um desafio sem precedentes. É o desafio de influenciar, de ser luz e sal, de ser referência, de fazer discípulos.

Para que isto aconteça, a juventude cristã não pode ser influenciada pelos padrões do mundo (“Não vos conformeis com este mundo…” Rm 12:2; “Não ameis o mundo nem o que há no mundo…” 1Jo 2:15). Não pode ir com a “corrente”. Só há um tipo de peixe que vai com a “corrente”: chama-se “peixe podre”.

No entanto, também não pode afastar-se ou isolar-se do mundo que a rodeia. Poderá não ser influenciada, mas perderá a capacidade de influenciar. É necessário estar contextualizado, apercebido das mentalidades e das tendências. É necessário estar perto daqueles que estão perdidos: amá-los e abraçá-los.

Parece um contra-senso. Mas não é. Jesus é descrito como “… santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores…” Hb 7:26, mas foi também chamado “amigo de cobradores de impostos e pecadores” Mt 11:19, pois comia com eles; estava perto deles.Este é o desafio para a geração cristã.

Nada de mistura com o mundo, mas também nada de isolamento. Não ser camaleão, nem porco-espinho. Separados, mas em contacto. Uma diferença radical e uma identificação radical.
Não chega sermos diferentes. Precisamos tornar os outros diferentes! Para que isso seja uma realidade será imprescindível um relacionamento de intimidade com Deus; conhecimento e prática da Palavra; ser cheio com o Espírito Santo. O caminho é a oração…


Hugo Pinto
Fonte:http://jocum.pt


Se você deseja ser a diferença e tornar os outros diferentes, participe conosco do nosso Grupo de Oração Jovem. Todos os sábados às 17:30 na Comunidade Mater Crucis







JUVENTUDE, DOM DE DEUS

"Escrevo a vocês, jovens, porque são fortes: venceram o Maligno" (1João 2,13)


Estas palavras do apóstolo João demonstravam que a Igreja, desde o início, teve uma atenção especial para com a juventude. Considerando-a, sempre, não como problema, mas como dom de Deus, conforme afirmou o Papa João Paulo II. Dom de Deus porque a juventude é um tempo concedido pelo Senhor como presente. É necessário, pois, não esbanjar esse dom, mas administrá-lo com responsabilidade, a fim de que produza frutos para a vida do mundo e da própria Igreja.


Mas, afinal de contas, o que é a juventude? Não é simplesmente aquela etapa da vida que corresponde a determinado número de anos.


A juventude é o tempo de procura de respostas para questões fundamentais: qual o sentido da vida? Que significa ser livre? No evangelho, um jovem pergunta a Jesus: "Bom Mestre, o que devo fazer para possuir a vida eterna?"


A juventude é também tempo da procura do amor, que consiste em se responsabilizar pelo outro, pelo respeito à sua dignidade, pelo seu crescimento como pessoa, pela sua felicidade. É o tempo em que o jovem procura construir um projeto concreto para a vida.


Enfim, a juventude é o tempo do dever, isto é, tempo em que a pessoa se percebe, de modo intenso, responsável por si mesma, pelo bem comum da sociedade e pelo futuro do mundo. Com muita propriedade, João Paulo II afirmou que os jovens são as sentinelas do amanhã.


A Igreja está consciente de tantos perigos que hoje ameaçam, sobretudo, os jovens. Ela recorda às autoridades da Nação o dever que têm de sanar, com medidas eficazes e urgentes, os obstáculos que levam tantos jovens ao desânimo e à perda de esperança com relação ao futuro: analfabetismo, desemprego, falta de oportunidade de ingresso em escolas de boa qualidade, que os qualifiquem profissionalmente para enfrentar as exigências do mercado de trabalho.


Na mensagem que dirigiram à juventude, por ocasião da 44ª Assembléia Geral da CNBB, os Bispos renovam o compromisso de acolher os jovens e ajudá-los com novas metodologias na sua formação humana e cristã. Nossas dioceses, paróquias e comunidades se propõem a adotar instrumentos pastorais para que eles sejam não só destinatários, mas sujeitos da evangelização, sobretudo com relação ao mundo juvenil. A evangelização é resposta a uma busca, pois todas as pessoas, sobretudo os jovens, de modo misterioso, estão à procura de alguém que seja, de fato, Caminho, Verdade e Vida. Só Cristo é capaz de dar sentido profundo à nossa vida.


Para atingir este objetivo, a Igreja, inspirada nos ensinamentos do Papa Bento XVI em sua encíclica Deus Caritas Est, quer se esforçar para ser, cada vez mais, a Igreja da Caridade, fazendo do amor o centro de sua mensagem. Fazendo do amor o ponto de encontro entre ela e os jovens.

Dom Benedito Beni

Fonte: www.cancaonova.com

A JUVENTUDE É O MAIOR TESOURO DA HUMANIDADE


Em que estado ela se encontra?

"Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, pois isso é justo" (Ef 6,1).

A juventude é chamada de "a flor da idade", porque é bela, forte, pujante, cheia de vida e desafios. Mas, muitos jovens estão sofrendo em nossos dias, porque não sabem o sentido da vida e porque não lhes foi mostrada a sua beleza conforme a vontade de Deus.

Muitos ainda não sabem o valor que têm, por isso desprezam sua própria existência e a dos outros. Perdidos no tempo e no espaço, debatem-se, muitas vezes, no tenebroso mundo do crime, das drogas, da violência, do sexo sem compromisso e de outras mazelas.

O maior tesouro da humanidade é a sua juventude. No entanto, em que estado ela se encontra? A quantas anda este tesouro de carne e espírito? Tenho-o visto desprezado, entregue às drogas, ferido pelas armas, destruído pelo álcool, carente de amor e de vida. Que belo tesouro desvalorizado!

O jovem não tem o direito de abandonar-se ou deixar sua vida se estragar; pois ele é a mais bela obra do Criador. Muitos já perderam o magnífico sentido da vida, mas Deus tem um plano e uma vontade para a vida de cada um.

Leia esta estória:

Havia, na Índia, um sábio que desvendava os mistérios da vida das pessoas; ele era assiduamente procurado. Certa vez, um jovem desconfiado e ousado, quis testar a sabedoria do velho sábio. Pegou um passarinho vivo, escondeu-o atrás do corpo e se apresentou diante do homem de cabelos e barbas já brancos.

- O senhor é sábio mesmo?
- Dizem que eu sou.
- Então, responda-me: o que eu tenho em minhas mãos?
- Deve ser um pássaro; jovens como você gostam muito de caçar os pássaros.
- É verdade, o senhor acertou! Parece que é sábio mesmo. Mas me diga, o pássaro está vivo ou está morto?
O sábio agora estava numa situação difícil; se ele dissesse que o passarinho estava morto, o jovem o soltaria a voar; se dissesse que estava vivo, o jovem o mataria em suas mãos sem que o sábio o notasse. Uma cilada de mestre!
- Então, senhor sábio, o passarinho está vivo ou está morto? Responda-me. O senhor não é sábio?
O velho abaixou a cabeça e pensou um pouco.
Depois respondeu ao jovem:
- Depende de você!
Pensativo e cabisbaixo o jovem foi se afastando e, ao longe, olhando para o velho, soltou o passarinho e começou a chorar.

Você jovem tem um passarinho dentro de você. Matá-lo ou deixá-lo viver depende exclusivamente de você, pois você recebeu o dom mais precioso deste mundo: a liberdade. Este pássaro de ouro, que é sua vida, criada à imagem e semelhança de Deus, está em suas mãos. Eu lhe pergunto: o que você vai fazer dela? Depende de você! A vida é sua e de mais ninguém. É o único dom que de fato é inteiramente seu. O resto é seu, mas está fora de você. Não culpe ninguém pela vida que você está levando.

Paul Claudel, um teatrólogo francês convertido, disse que "o jovem não foi feito para o prazer, mas para o desafio". Só Cristo pode dar ao jovem o máximo. Jesus lhe revela a sua beleza e o seu valor; Ele lhe mostra a grandeza de ser "filho amado de Deus".

O jovem cristão, como já foi dito, deve honrar os seus pais, como ensina o quarto mandamento; deve ser fiel a seus amigos e irmãos, estudar e trabalhar, nunca perder tempo e jamais jogar a vida fora com coisas vazias. Terá que descansar e pode se divertir, mas de maneira saudável, sem pecar, sem fazer do prazer um fim, mas apenas um meio de descansar e poder viver bem fazendo o bem aos outros.

É na juventude que Deus nos chama a um encontro pessoal com Ele. Para alguns será um chamado para a vida sacerdotal ou religiosa, vivendo no celibato e entregando a sua vida radicalmente a Deus a serviço do seu Reino. Não existe nada mais belo para um jovem do que a vocação sacerdotal. Sem o sacerdote não há Igreja, não há perdão sacramental dos pecados, não há Eucaristia, não há salvação.

O jovem cristão é também um evangelizador; especialmente sendo exemplo no meio de seus amigos, sem ter vergonha de sua fé e de sua Igreja. Hoje é difícil dar testemunho de Jesus, viver como a Igreja ensina, rejeitando o sexo fora e antes do casamento; fugindo das diversões perigosas e de todo pecado; mas, quanto mais isso for difícil, mais necessário será para a sociedade voltar para Deus. O jovem precisa conhecer a doutrina católica, ler e estudar o Catecismo para saber dizer a seus parentes e amigos qual a sua esperança e as razões de sua fé.

Professor Felipe Aquino

RADICAL LIVRE


Nem se assuste. Não é de química que vou falar. Não tenho como dar uma de professor versado nos mais variados reagentes e naquelas fórmulas sem fim. Falo de outro radical e de outra liberdade.

Olhando superficialmente, diríamos que vivemos na era radical. É radical o esporte, são radicais os carros, as vestimentas, as posturas, os comportamentos e escolhas. É radical até aquela “coisa” genérica e indefinida que leva os jovens à expressão: “Radical, meu!”

Um olhar mais atento verá que esta radicalidade, escondida no perigo dos esportes, na esquisitice dos carros e vestimentas, no inusitado das posturas e comportamentos, no extremismo das escolhas é, no fundo, uma busca desesperada pela verdade.

Além de fuga e ilusão, nesta radicalidade, há de tudo, menos liberdade. Nela vê-se um homem centrado em si mesmo, em posturas de aparente coragem de enfrentar qualquer desafio e, no fundo de si mesmo, um mal disfarçado medo de encarar a realidade do vazio interior.

Nada contra esta postura radical. No entanto, tudo seria muito diferente - radicalmente diferente – se resolvêssemos encarar um outro tipo de radicalidade para encontrar um outro tipo de liberdade – a única que pode ter este nome. Refiro-me à corajosa e livre radicalidade libertadora e vivencial do Evangelho. Perdoem-me os professores de português pelo excesso de adjetivos, mas o que quero dizer é isso mesmo: a corajosa e livre radicalidade libertadora e vivencial do Evangelho.

Comecemos com o “corajosa”. Esta radicalidade requer coragem. E, se você quer saber, creio que a coragem de viver a radicalidade do Evangelho será uma virtude cada dia mais necessária para nós, católicos. Basta dar uma olhada no que aconteceu no Brasil nos últimos tempos com relação à moral e à fé:

1. aprovação da utilização de embriões congelados (porém vivos!) para que sejam mortos em pesquisas, como aqueles ratinhos ou sapinhos de laboratório dos quais tantos ecologistas radicais costumam ter pena, em favor dos quais tantos naturalistas lutam;
2. aprovação por esmagadora maioria (só 3 foram contra!) do aborto de fetos anencéfalos por parte do Conselho do Ministério da Saúde;

3. aprovação da não necessidade da mulher apresentar-se no hospital munida de boletim de ocorrência que comprove o estupro para fazer o aborto. Agora basta que ela declare que foi estuprada e o médico é obrigado por lei a proceder ao assassinato da criança. Simples assim.
Basta olhar estes fatos, considerados “progresso” para logo ver que todos os que quiserem viver a radicalidade do Evangelho (aliás, tem como viver o Evangelho sem ser com radicalidade?) vão precisar de muita, muita coragem. Embora nem todas estas medidas estejam definitivamente aprovadas, a coisa tende a ficar cada vez mais preta para quem ama a verdade e o próximo, para quem ama a Deus e à vida. Haja coragem!

Vamos ao “livre” da corajosa e livre radicalidade libertadora e vivencial do Evangelho. Ou esta radicalidade é livre, ou não é radicalidade. Isso é: ou você abraça o Evangelho e o vive em sua radicalidade como fruto de uma experiência pessoal com Jesus Cristo Vivo, isto é, ou você a abraça como prova de amor e livre entrega de gratidão a Ele, ou não tem jeito. Argumentos humanos não vão convencê-lo de entregar-se livremente à radicalidade evangélica. Nos esportes radicais, há vários argumentos humanos e pressões sociais que levam a pessoa a arriscar a vida em saltos sem pára-quedas ou a despencar em um abismo amarrado por um cabo de aço. Na radicalidade do Evangelho, a liberdade vem do amor de Deus experimentado e do amor a Deus ofertado. É uma opção livre e corajosa pelo tudo.

Tudo! Eis a palavra chave da radicalidade. “Quero tudo!” disse Santa Teresinha. Quem ama a Deus de verdade, também quer tudo, aceita tudo, acolhe tudo, contanto que seja feita a vontade de Deus em sua vida e na vida de todos os homens e da criação inteira, que “sofre e geme em dores de parto aguardando a manifestação dos filhos de Deus”, como diz São Paulo.

Radicalidade é tudo querer, tudo acolher, tudo viver, sem meias palavras, sem panos mornos, sem disfarces de argumentos humanos, sem “mas”, sem “porém, no meu caso”, sem mentiras, sem disfarces, sem mornidão, sem relativismos. Ou é, ou não é. O sim tem que ser sim. O não tem que ser não. E pronto.

E a caridade? Não seria falta de caridade as coisas serem assim tão... radicais? A caridade é a verdade. O Evangelho também. Simples assim.

É exatamente por ser a verdade que o Evangelho é libertador. A verdade liberta. No entanto, precisa ser, antes, conhecida como verdade, como ela é, sem nuances nem disfarces. Jesus é claro quanto a isso. Disse: “Conhecereis a verdade” para completar, em seguida: “e a verdade vos libertará”. O mundo dissemina suas mentiras contrárias ao Evangelho por todos os meios possíveis: a mídia, a arte, a legislação, os lobbies, associações e organizações, outdoors, conversas e outros recursos sem fim. Faz conhecer sua mentira e a reveste de argumentos humanos lógicos, convenientes, convincentes e de legalidade civil. Quanto aos que vivem a radicalidade do Evangelho, bem... a estes, além da coragem, do livre amor a Jesus e à Sua Palavra, além da radicalidade, têm como maior propaganda a vivência.

Por isso, a radicalidade é, também, vivencial. Para convencer, o Evangelho tem de tornar-se vida. Seria bom, maravilhoso, um sonho, termos uma mini-série sobre Madre Teresa, sobre o Santo Padre, para dar somente dois exemplos. O índice de audiência seria, creio, bastante alto. Mas não há dinheiro para isso. Nem interesse. Há uma fila de investidores e patrocinadores à espera de um minuto de merchandising na novela das oito, mas não sei se um só dentre eles estaria disposto a apoiar ou financiar uma produção sem merchandising, onde se propagasse a verdade do Evangelho.

Assim sendo, meu caro, nossa propagação da verdade parece restringir-se à vivência de cada um que ama Jesus e está livre e corajosamente disposto a dar a vida por Ele e ser considerado escória por aderir à radicalidade evangélica. Há os grupos, claro, as comunidades, as congregações, (e, escreva o que digo, cada vez mais precisaremos delas para sobrevivermos às pressões externas contra a vivência do Evangelho). Mas nossa tendência é sempre dizer: “Deixa a comunidade tal lutar por isso. Não tenho nada com esta história. Deixa a Igreja comprar esta briga”, e tirarmos o corpo fora.

Estarmos restritos à vivência leva-nos, aparentemente, a um fracasso diante do gigantismo da mídia e do avanço do anti-evangelho, como uma gotinha no oceano, certo? Errado! Erradíssimo! Há, na livre e corajosa radicalidade libertadora e vivencial do Evangelho (minha coleção de adjetivos!) uma qualidade radical: ela é libertadora! Libertadora de quem a vive, que, de tanto ser amado por Deus e de tanto querer amar em troca, vive a tranqüilidade que o mundo não consegue perturbar com facilidade.

A força libertadora da vivência radical do Evangelho, mesmo que escondida, ultrapassa toda fronteira. O poder libertador desta vivência que é fruto da ação da graça de Deus atinge, de uma forma misteriosa e divina, o mundo inteiro. A criação, que aguarda ansiosamente e a gemer como em dores de parto a manifestação dos filhos de Deus, é misteriosamente atingida pelo poder libertador da vivência da radicalidade evangélica por parte dos filhos no Filho.

Como? Não sei. Mas constato e creio. Creio no fermento que leveda toda a massa. Creio nos incontáveis e pequenos martírios do dia a dia, na negação de si mesmo e de seu próprio prazer para viver a radicalidade evangélica. Creio na força extraordinária daqueles que, unidos ao Crucificado, deixam-se crucificar nas diárias renúncias de amor, nos escárnios diante de sua defesa da verdade. Creio no poder inexplicável da solidão de quem coloca a verdade do Evangelho acima do ser bem aceito pelos outros. Creio no sangue de Cristo derramado por sua livre e corajosa radicalidade libertadora e vivencial do Evangelho.
Por Ele e nEle, o mal já foi vencido. Coragem!


Emir Nogueira - Co-fundadora da Comunidade Shalom

PECADO É SER INFIEL A UM TRATO DE AMOR


Há muita consciência relaxada praticando horrores

A Palavra de Deus é luz para o nosso caminho quando apresenta figuras ricas de detalhes, cuja personalidade nos dá a possibilidade de penetrar no mais profundo de nós mesmos, reconhecendo os horizontes que se abrem, mesmo a partir dos eventuais limites que nos caracterizam. Uma delas é o rei Davi, num misto de jovem chamado na mais tenra idade a servir ao Senhor, ele foi guerreiro intrépido, amigo sincero, cantor das obras de Deus, dançarino ridicularizado por uma esposa, adúltero, penitente, governante capaz de unir tribos dispersas, até chegar ao idoso previdente. Nuances profundamente humanas, cujo pano de fundo era o amor eterno de Deus que dele cuidava. Muito parecido com os homens e mulheres de nossa magnífica e ao mesmo tempo complexa geração.

Nossos primeiros pais se viram nus nas primeiras páginas do livro do Gênesis (Gn 3,10), escondendo-se do Senhor, quem sabe prefigurando todas as pessoas que dele fogem com medo da luz. O Davi adúltero, instado pela palavra profética de Natan (II Sm 12,7-13), reconheceu seu crime – “Pequei contra o Senhor” – e deixou em herança o segredo da conversão, quando qualquer homem ou mulher podem ver queimadas suas misérias no fogo ardente de amor do coração de Deus.

Como Deus condena o pecado, mas quer salvar o pecador, a luz sempre entra pela porta do arrependimento sincero. Fecham-se, contudo, quando o orgulho bloqueia a gratuidade do amor de Deus. É que pecado não significa burlar uma lei externa, como se Deus fosse um guarda de trânsito a vigiar nossos passos. Também não entendeu o que é pecado quem apenas considera errado o que “dói” dentro de si. Há muita consciência relaxada praticando horrores por não sentir nada! Pecado é ser infiel a um trato de amor, aliança estabelecida entre Deus que nos criou por amor e nos busca como ovelhas perdidas, quase mendigando nossa resposta de amor, incrível gratuidade que Ele diz ao Davi arrependido: “Tu não morrerás”!

Os encontros das pessoas com Jesus foram reveladores dos meandros mais profundos da alma humana. Um dia (Lc 7,36-8,3) vem uma pecadora, irrompe em casa de certo Simão, cujos gestos de delicadeza e hospitalidade foram parcos, por não ter oferecido ao hóspede divino água, perfume e beijo. A mulher, quem sabe uma prostituta, prostra-se aos pés do Senhor – gesto da pessoa que descobriu seu caminho de libertação –, lava os pés de Jesus com as próprias lágrimas. Humilhando-se, solta os cabelos com os quais enxuga os pés de Jesus, derrama sobre eles um perfume raro e caro, sinal de alegria, abundância, amor e consagração, e os beija, na festa da acolhida encontrada. Nenhuma justificação e tanta gratidão! Ela pronuncia o 'amém' da fé no perdão de Jesus e em seu amor que se deixa amar. Personalidade misteriosa e rica!

A estrada da conversão foi percorrida por outras personalidades igualmente provocantes. Paulo, fulgurado pelo amor de Cristo (Gl 2,16-21), descobriu o amor do Senhor e, perseguidor implacável que era anteriormente, veio a se tornar imagem viva e transparente de seu Senhor: “Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim”. Depois dele, muitos perseguidores já se transformaram em discípulos ardorosos!

A história de Davi, ou da pecadora do Evangelho, de Paulo ou de todos os homens e mulheres que empreenderam a santa viagem da conversão é muito parecida. A Palavra de Deus ressoa como farol luminoso, convidando-nos a percorrê-la! Deus não nos olha de fora, mas conhece as profundezas de nosso ser. Lá dentro, identifica a mais tênue réstia de luz, prodigalizando misericórdia a mancheia. E a todos os que acolhem sua bondade infinita transforma em apóstolos do perdão, para visitarem em seu nome corações e casas. Não há desculpas. De Davi a Paulo, passando por todos os pecadores e pecadoras, cada um de nós encontra seu lugar.

É relativamente fácil denunciar os erros das pessoas, sem apontar saídas possíveis! Difícil é olhar lá dentro do mistério de cada ser humano, descobrindo que nenhuma pessoa foi feita “no rascunho”, mas destinada à felicidade e à salvação. O olhar da misericórdia descobre caminhos e soluções. Que ninguém passe em vão ao nosso lado!


Dom Alberto Taveira Correa

Disponibilizado por: Luana - Postulante II Mater Crucis.

COMO ENCONTRAR A PESSOA CERTA PRA MIM?


Apesar de 44% da população brasileira ser solteira, de fato, não está nada fácil encontrar um bom namorado. E os homens também relatam que, "mulher para casar", hoje em dia, está difícil. Diante da árdua tarefa, há quem acredite que a solução é rezar, rezar e rezar… Esperar em Deus, e só. Não recrimino essa prática, de jeito nenhum. Afinal, é bíblico “pedi e recebereis, batei e abrir-se-vos-á” (cf. Mt 7,7). Porém, será que a oração sem atitude é o bastante?

Há também as solteiras à espera do homem perfeito e os solteiros à espera da mulher “padrão novela”, e deixam passar boas oportunidades de relacionamento com quem está próximo – que não é perfeito é humano, mas pode ser um bom companheiro. “Ah, não, ele é muito alto!”; “Ela é muito baixinha!”; “Ele não pensa do jeitinho que eu penso”; “Ela tem muitos problemas”; “Ela não faz o meu tipo”.

Pré-requisitos como esses limitam a sua escolha a aspectos que não necessariamente definem a pessoa como a pessoa certa para você. Quem é que disse que para ser um bom namorado, noivo, marido, isso depende da aparência, cor de pele, idade, tipo de cabelo etc.? Isso são estereótipos que só revelam quão preconceituosos nós somos. Santa paciência!

Na Canção Nova, nós temos visto rapazes que conquistaram o coração de moças que, se fossem pelos olhos humanos jamais se concretizaria a união, mas porque olharam com os olhos de Deus encontraram a auxiliar correspondente, providenciada pelo próprio Deus. Transcrevemos um trecho da carta que os namorados Paulo e Noeli escreveram para a nossa comunidade: "se eu fosse escolher uma pessoa, não seria a Noeli, pois eu nem a conhecia direito, ela não tem a aparência física que eu idealizei... porém, uma coisa não posso negar: foi pura ação de Deus em nos unir...precisou de um passo e da aceitação de cada um para que o Plano de Deus se realizasse. Depois de pouco tempo de namoro, confesso: que a Noeli é a minha auxiliar correspondente, como diz no livro de Gênesis".

Não existe a pessoa ideal e sim a pessoa certa. E a pessoa certa pode não se encaixar nos meus padrões, porém ela terá qualidades que são imprescindíveis para se viver um namoro santo e, futuramente, um casamento feliz.

É preciso observar bem se ele ou ela não perde a calma diante de situações complicadas; como reage quando está nervoso (a), contrariado (a), irritado (a); como fica o seu humor; como ele (a) te trata nestas situações; ele (a) sabe reconhecer seus erros? Como reage às suas fraquezas? Como reage às pressões da vida? O que ele (a) pensa a respeito de Deus? A beleza exterior dele (a) me ajudará a vencer minhas dificuldades, a crescer espiritualmente, a passar pelas provações?

“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não tem inveja. O amor não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. Se realmente cremos nisso, precisamos rever nossos conceitos e nossos critérios de escolha porque aparência física, posição social, etc. não poderão nos garantir a vivência desse sentimento especial e verdadeiro.

É muito importante fazer sua escolha em Deus, pois Ele sabe o que é melhor para você. Mas o seu escolhido não irá bater à sua porta. Reze, sim, mas também olhe para os lados, se abra às pessoas que considera confiáveis e se dê a oportunidade de quebrar estereótipos e viver um relacionamento com alguém que tem potencial para fazê-lo feliz, alguém que cuide de você.

Mariella Silva de Oliveira
Fonte: www.cancaonova.com

Disponibilizado por: Fernanda - Postulante Mater Crucis

COMO VIVER A CASTIDADE NO MUNDO EROTIZADO


O namoro não existe para que vocês conheçam os seus corpos


A lei de Deus afirma que o sexo só deve ser vivido no matrimônio; não há outro lugar para a vida sexual. "A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa" (1 Cor 7,4). Note que São Paulo não fala em namorados e noivos, mas esposa e marido.

Paul Claudel, diplomata e escritor francês, disse: "A juventude não foi feita para o prazer, mas para o desafio". Estamos em um mundo erotizado até à exaustão, e tenho pena dos jovens por isso. Mas mesmo assim, Jesus continua a chamá-los, bravamente, a uma vida de castidade. Hoje isso é uma marca do verdadeiro jovem cristão.

Um jovem casto é um jovem forte, cheio de energias para sua vida profissional e moral. É na luta para manter a castidade que você se prepara para ser fiel à sua esposa amanhã. A grandeza de um homem não se mede pelo poder que possui de dominar os outros, mas pela capacidade de dominar a si mesmo. Gandhi dizia que: "A castidade não é uma cultura de estufa... A castidade é uma das maiores disciplinas, sem a qual a mente não pode alcançar a firmeza necessária". E acrescenta: "A vida sem castidade parece-me vazia e animalesca". E também: "Um homem entregue aos prazeres perde o seu vigor, torna-se efeminado e vive cheio de medo" (Toschi Tomás, "Gandhi, mensagem para hoje", Editora Mundo três, SP, 1977, pg. 105ss).

Alguns querem se permitir um grau de intimidade "seguro", isto é, até que o "sinal vermelho seja aceso"; aí está um grave engano. Quase sempre o sinal vermelho é ultrapassado e, muitas vezes, acontece o que não deve. Quantas namoradas grávidas...

Para haver a castidade nos nossos atos é preciso que antes ela exista em nossos pensamentos e palavras. Jamais será casto aquele que permitir que os seus pensamentos, olhos, ouvidos, vagueiem pelo mundo do erotismo. O jovem e a jovem cristãos terão de lutar muito para não permitir que o relacionamento sexual os envolva e abafe o namoro. Jesus deu a receita da castidade: "Vigiai e orai" porque "a carne é fraca" (cf. Mt 26, 41).

O namoro não existe para que vocês conheçam os seus corpos... mas as suas almas. Um namoro puro só será possível com a graça de Deus, com a oração, a vida sacramental, a reza do Terço, com a vigilância e, sobretudo, quando os dois quiserem se preservar um para o outro. Será preciso, então, evitar todas as ocasiões que possam facilitar um relacionamento mais íntimo. O provérbio diz que "A ocasião faz o ladrão", e que "Quem brinca com o perigo nele perecerá". Se você sabe que, naquele lugar, naquele carro, naquela casa, etc., a tentação será maior do que suas forças, então, fuja desses locais. Essa é uma fuga justa e heróica.

É preciso lembrar às moças que o homem se excita principalmente pelos olhos. Então, cuidado com a roupa que você usa; com os decotes, com o comprimento das saias... Não ponha "pólvora" no sangue do seu namorado se você não quer vê-lo "explodir". O namoro não é o tempo de viver as carícias matrimoniais, pois elas são o prelúdio do ato sexual, o qual não deve ser realizado nessa fase. O que precisa haver entre os namorados é carinho, não as carícias íntimas. Muitas vezes os casais não se dão conta disso. Não provoque seu namorado.

Jovem cristão, você está diante de um belo e enorme desafio: viver a castidade no meio deste mundo "sexualizado" e erotizado ao extremo. Mas você sabe que quanto maior é a luta, mais valiosa é a vitória! Por isso eu lhe digo: se tivesse de dar uma medalha de ouro puro para um jovem que luta para ser casto ou para um general que ganhou uma grande batalha, eu a daria ao jovem.


Professor Felipe Aquino

Disponibilizado por: Tadeu - Postulante Mater Crucis